Esses dias reassisti meu filme favorito, Chungking Express. Em um dos trechos, o policial que não consegue superar a ex e é obcecado por abacaxis em lata com vencimento em 1º de maio se pergunta se as memórias teriam data de validade se pudessem ser enlatadas. Nisso eu parei e…

A protagonista dos meus sonhos, aquela em quem penso quando crio minhas playlists, a inspiração dos meus versos… Sim, é ela. Nesse momento, é ela. Aquela do beijo viciante, do olhar envolvente, a que me fez esquecer dos problemas e preocupações por uma noite simplesmente sendo ela mesma. Meu único problema agora é não conseguir esquecê-la. Mas a real é que eu não quero esquecer. E fico me perguntando se ela também pensa em mim como eu penso nela, se ela também sente saudade do meu toque como eu sinto do dela. Tudo que eu queria era mais uma noite, mais uma chance, nem que fosse por um instante, ao lado dela.

Tarde de sol, minhas mãos frias como gelo. Coração e cabeça a mil por hora, as unhas todas roídas e a agonia tomando conta. Posso não estar sozinha na maior parte do tempo, mas nesse momento estou. Lutando contra meus próprios demônios, buscando ser melhor pra mim mesma e pra quem me cerca, um round novo a cada dia. Alguns eu ganho, outros eu perco. E hoje não tenho vergonha de admitir que estou perdendo. Aceito a derrota e me recolho, me acolho, no tempo que for necessário pra me preparar pro próximo round.

Obrigada por ser meu alento nos momentos de dor. Obrigada por ser meu parceiro de rolês. Obrigada por aceitar dividir a vida comigo. Obrigada por me fazer rir todos os dias. Obrigada por não sair do meu lado quando quis desistir de tudo. Obrigada por me fazer ver que sou digna de amor. Obrigada por ser você. Eu te agradeço essas 7 vezes, e agradeceria mais 700, por tudo que viemos a ser. De jovens doidos e irresponsáveis a adultos ainda nem tão responsáveis e ainda um pouco doidos. Muita coisa mudou, nós crescemos, as responsabilidades cresceram junto, mas o importante é que nosso amor também.

Eu queria poder saber o que dizer, mas parece que as palavras fogem ao te ver. Penso em você e surgem tantas coisas boas na minha mente… Lembro de como o simples toque dos seus lábios nos meus me derrete inteira. Sua voz ecoa como uma música suave, daquelas que eu poderia ouvir por horas sem enjoar. Cada parte do seu corpo me lembra as mais belas obras de arte do mundo. Me perdi no calor do seu abraço e na imensidão dos seus olhos castanhos e não quero mais me achar. Ter mergulhado de cabeça na nossa história foi a melhor decisão que tomei na vida. Eu só tenho a agradecer todos os dias pela sua existência e pelo nosso amor.

Eu que jurei que tinha me tornado forte De tanto lutar contra a falta de sorte No fundo continuava aquela menina frágil e cheia de traumas Tentando lidar com as feridas da alma Foi aí que me disseram que forte é quem se permite ser vulnerável E que eu sempre fui alguém admirável Mas é algo difícil de acreditar Pra quem está acostumada a se odiar Só que ao longo do caminho vou encontrando inspirações Pessoas, coisas, momentos, aspirações Que me encorajam e despertam o melhor em mim E mostram que eu posso ser forte, sim

“Sinto sua falta, não posso esperar tanto tempo assim…” Ah, eu posso sim! E esperaria o tempo que fosse preciso pra te ver de novo. Sinto falta de me perder no seu abraço e me encontrar no seu olhar. Sinto falta dos seus beijos viciantes, do jeito como você ri…

“Eu não vou me comparar, não vou”, dizia a mim mesma ao ver Débora. Todos gostavam dela. Não era à toa: ela tem longos cabelos cacheados, um rosto angelical, uma voz encantadora, é inteligente, escreve como ninguém, é expansiva… quase o oposto de mim. Eu já não tinha muita relevância…

[Pode conter gatilhos] O olhar perdido e distante. As mãos pequenas, com unhas roídas, que levavam o cigarro aos seus lábios desenhados, que o tragavam na esperança de trazer a calmaria e o alento àquele coração cheio de mágoas. Uma das poucas esperanças que aquela mulher ainda carregava consigo. Notava-se claramente que ela não era dali. Nem ela mesma sabia de onde era. Apagou o que restava de seu cigarro e saiu. Desceu as escadas da estação de metrô e continuou seguindo. Caminhou além do que se podia caminhar. E a composição a levou para um lugar onde finalmente ela estaria em paz. Ferida fisicamente, porém em paz, por já não estar mais em um mundo ao qual não pertencia.